Observei um sorriso divertido surgir no rosto de Adam, e um breve pensamento de que eu não o havia visto sorrir desde que o conhecera passou por mim “Esteve ocupado demais me julgando.” Continuei sustentando seu olhar enquanto ele caminhava e vinha para mais perto de mim. Eu podia ver claramente o brilho de desafio naqueles olhos, a satisfação por ter alcançado algo. “Ainda que seja me irritar mais.”
Soltei o ar vagarosamente, sabendo que Adam não deixaria o assunto morrer ali. “É como se ele não conseguisse viver, seguir adiante, sem ter que me lembrar daquelas palavras. Sem me deixar em paz.” Não pude deixar que uma pontada de mágoa surgisse em mim, conforme ele ia falando. “Deveria ser fácil assim, fazer escolhas. Apenas fazer, não pensar nas responsabilidades, nas conseqüências, no que está se deixando para trás. Por que é tão difícil de entender?
"Por que querem sempre me dizer o que fazer? Que diferença fará, então? Se o mundo de Max e o mundo das pessoas que querem me ‘ajudar’, como dizem, é o mesmo? Todos querem apenas me dizer o que fazer. Por que eu tenho que seguir as regras deles? Quero seguir as minhas, o meu tempo. Eu não quero esse tipo de ‘ajuda’, camuflada por críticas de pessoas que se dizem mais fortes e mais corajosas que eu. Nenhuma delas passou o que eu passei, esteve na mesma situação para poder falar comigo de igual para igual. Repito uma, duas, três vezes e vou repetir incansavelmente: Elas não sabem de nada.”
Encarei o olhar de Adam, enquanto eu podia sentir aquela energia dentro de mim. Havia algo ali que queria vida, queria luta. Havia uma ânsia de vencer, de lutar por uma causa. Balancei levemente a cabeça – Seria bom se fosse fácil assim, não seria? Mas acredito que nem todos tiveram a chance de escolher, não foram tão livres. - Eu não podia controlar o tom de defesa que havia na minha voz. Era minha vida que estava sendo debatida, não a de um autor qualquer em um passado remoto. Escutei a resposta de Adam e uma pontada maior de mágoa surgiu em mim, mas eu fiz questão de afugentá-la não me permitindo nenhuma vez se quer desviar meus olhos dos dele.
– Não concordo que seja tão simples. Não basta só querer se libertar, ser livre, o indivíduo tem que levar em consideração muito mais coisas, como eu já disse: Não é tão fácil quanto parece. - Dei de ombros, desviando o olhar para a folha de anotações em branco a minha frente. “Queria ser como essa folha em branco, pronta para ser rabiscada, sentindo aquele êxtase pela expectativa do novo.” Fechei os olhos, sentindo toda a minha força se ir aos poucos, como se soubesse que não valeria de nada lutar aquela batalha . “Mas o que sou? O que há escrito nas páginas da minha vida? Só vejo manchas, borrões. Nada para ser lido, nada que vale a pena ser lido... Quero linhas, palavras, emoções, parágrafos inteiro de emoções."
"E como, como posso simplesmente me deixar escrever, escrever incontrolavelmente se nem em todas as palavras, nas cenas escritas poderei passar uma borracha depois? Como ter certeza do que é o certo, do que é o melhor? Como podem ter tanta certeza que a história que querem tanto escrever para mim é melhor que a que já tenho escrito? Não vejo, não vejo grandes finais em nenhuma delas. E é isso que me assusta."
Meninas! estão de parabéns! o blog está lindo e a história suuper emocionante *--*
ResponderExcluirCarol! tb tava com saudades! pois é 4º ano... muita coisa né? hahaha, eu tb pensei em fazer algo com crianças... mas ainda n sei bem o que!
bjoos