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as garotas


O que elas tem em comum? Poderia dizer que são de sagitário, mas é um pecado associar a palavra comum ao signo de sagitário, mesmo que seja para comparar coincidências. Inconstantes, independentes, autênticas, otimistas, divertidas, palhaças, difíceis de segurar. - Depende quem segura *cof* - São FOGO!

Juh

Faz História, é EXTREMAMENTE exagerada, fala muito alto, ri mais alto ainda, adora a língua espanhola [assim como as espécimes do sexo masculino que falam essa língua]. Acredita ter sonhos premonitórios [apenas os convenientes] e ama escrever.

Carollis

Faz Design Gráfico, apaixonada por fotografia, gatos [não só os animais - *cof* - Gosto compartilhado pela Juh também] ama ser taxada como inconstante, não consegue controlar seus comentários sarcásticos, além de ver 'duplo sentido' em tudo!


diversos




MEMORIES



sexta-feira, 23 de abril de 2010

Same Mistake - Post IX

Abri os olhos rapidamente, não me permitindo ficar em um estado muito introspectivo, enquanto os alunos saiam. Ouvia apenas com parte da minha atenção os seus comentários acerca da aula e mais uma vez não pude deixar de procurar por Evanna na sala, que ainda estava juntando suas coisas. Comecei a juntar as minhas, rapidamente, considerado se deveria ir falar com ela ou não. Se pediria desculpas por ter me comportado daquela maneira mais uma vez. Levantei a cabeça novamente, deixando minhas coisas de lado, mas percebendo que a sala estava completamente vazia, exceto por ela. Era estranho o fato dela ainda estar ali, quando sua atitude mais previsível seria fugir de mim o mais rápido possível. Olhei mais atentamente, percebendo que ela estava com algum problema e me levantei imediatamente para checar.

Ao chegar perto dela, notei que ela lutava contra uma caneta que havia estourado em seu estojo e que agora sujara todos os seus materiais. Encarei aquele acidente como um sinal para poder me desculpar, dizer qualquer coisa que mostrasse mais uma vez que minha intenção não era magoá-la. Me aproximei em silêncio, pegando o seu pulso levemente e tirando a caneta de suas mãos. O que a despertou, fazendo-a me encarar mais uma vez daquela forma suplicante, mesmo que não fosse essa a sua intenção. Uma conexão inexplicável que sempre ocorria quando nos olhávamos dessa forma. Eu sabia que meus olhos passavam de forma transparente as minhas dúvidas e agora esperava que ele demonstrasse o quanto eu estava arrependido de ter falado mais uma vez daquele jeito.

Eu queria poder dizer alguma coisa, mas eu tinha medo de não conseguir ser gentil como eu deveria ser, pois a mesma indignação acerca de sua situação, que me tomava todas as vezes, poderia retornar. Ouvi sua voz baixa, me dizer um não, negando a minha ajuda. Havia um duplo significado em suas palavras, como tudo o que dissemos um ao outro aquele dia. Eu sabia que ela precisava de ajuda, por mais que não quisesse. E continuar negando o que ela precisava, não era o melhor caminho a ser tomado. Abri a boca para respondê-la, mas me contive no mesmo instante, me segurando para não começar tudo de novo. Balancei a cabeça, completamente frustrado, desviando meu olhar do seu. Eu deveria evitá-lo, para que eu não me indignasse ainda mais. Para que eu não visse mais aquele pedido mudo por ajuda e não pudesse fazer nada.

Tirei um pedaço de papel do bolso, limpando a caneta e colocando-a sobre a mesa, evitando assim que sujasse mais ainda as coisas. Com o mesmo papel, tentei limpar os outros objetos que haviam dentro de seu estojo e tudo o que a caneta havia sujado, enquanto ainda me segurava para não lhe dizer nada. Seria mais fácil evitar, até que as palavras certas surgissem. Mas quais seriam as palavras certas? Palavras de conforto, que só mascarariam a sua situação? Que amorteceriam a sua dor, como uma droga forte age em nosso corpo, mas que não a curaria, quando passasse o efeito? Não, não era da minha índole dizer coisas falsas e gentis, somente por dizer. Não, quando a realidade era tão cruel e deveria ser vista como ela realmente se apresentava, nos dando animo para lutar contra ela. Não que eu não fosse capaz de dizer coisas boas, muito pelo contrário, mas não era a favor de suavizar a situação se não fosse resolver.

Fui desperto de meus devaneios, enquanto ainda limpava as suas coisas, quando o seu telefone tocou. Tentei ao máximo me manter alheio a sua conversa, evitando imaginar que pudesse ser o seu marido quem estava ligando, talvez perguntando como andava a sua aula inútil. Me mantive todo esse tempo sem olhar para ela uma outra vez e por mais que eu quisesse evitar ouvir a sua conversa, não pude deixar de escutar a sua última frase, dizendo que ficaria bem, antes de desligar o telefone.

Mais uma vez aquela sensação de indignação, misturada a impotência que se seguia tomaram conta de mim. Como ela conseguia continuar negando tudo o que estava acontecendo ao seu redor, se anulando de maneira tão ruim, tão auto-depreciativa? Como eu conseguiria evitar me intrometer, quando ela continuava me mostrando o quanto aquilo a fazia mal? Era demais para mim e eu me segurei ao máximo, tentando não dizer mais nada, mas não foi possível...

-Enquanto você não parar de dizer isso, Evanna, você nunca ficará bem...- Falei, tentando ser o mais sintético possível, enquanto voltava a encará-la. Por mais que eu quisesse, por mais que eu tentasse, era difícil demais presenciar tudo aquilo calado... 



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